sábado, 29 de setembro de 2007

No meu copo 137 - Terra Franca rosé 2005

Os brancos e rosés de férias (IV)

Este também foi aberto numa tarde de Verão com grelhados. Embora não seja desagradável, apresentou um aroma algo discreto e paladar ligeiramente frutado e seco. Não pareceu capaz de grandes voos. Mesmo pelo pouco preço que custou, acaba por não merecer o gasto e realmente parece não ter tido grande investimento por parte da empresa.
Enfim, não deixou memórias.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Terra Franca 2005 (R)
Região: Regional Beiras
Produtor: Sogrape
Grau alcoólico: 12%
Castas: Baga, Rufete, Tinta Barroca, Touriga Franca
Preço em feira de vinhos: 1,88 €
Nota (0 a 10): 5

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

II encontro de eno-blogs

O Copo de 3 lançou aqui a ideia, e nós apoiamos. Depois do primeiro encontro de eno-blogs realizado em Janeiro, prepara-se um regresso ao local do crime (pelo meio houve um evento organizado pela Revista de Vinhos que contou com uma larga de participação de blogs, mas não sei se pode ser incluída na contagem oficial). A data sugerida foi 26 de Outubro, daqui a um mês, e o local o mesmo, a York House. Todos os enófilos são bem-vindos, tenham blogs ou não, pelo que devem manifestar o seu interesse no post do Copo de 3 relativo ao assunto.
E já agora, os bloguistas que ainda não o fizeram, façam favor de ser chegar à frente.
Nós vamos estar lá.

tuguinho e Kroniketas, os diletantes preguiçosos

terça-feira, 25 de setembro de 2007

No meu copo 136 - Portal do Fidalgo, Alvarinho 2005; Quinta de Azevedo 2005

Os brancos e rosés de férias (III)

Para uns grelhados ao ar livre com sardinhas, febras e costeletas levei dois verdes e alguns tintos, mas foram os verdes que tomaram a dianteira. Enquanto os comes iam saindo serviu-se primeiro um Portal do Fidalgo, Alvarinho de 2005 proveniente da sub-região de Monção. Foi muito bem recebido e de facto merece. Revelou-se muito equilibrado, suave e aromático, com aromas florais, acidez correcta a proporcionar uma grande frescura na boca, com um final persistente. Cor a tender para o amarelo palha, muito límpido e brilhante. Uma excelente aposta, que fez as delícias dos comedores de sardinhas, a um preço muito acessível. Dos melhores verdes que me lembro de ter bebido. Entrou para a lista dos obrigatórios.
Depois deste veio um Quinta de Azevedo de 2005, da quinta com o mesmo nome situada entre os rios Lima e Cávado, na freguesia de Barcelos. Claro que depois daquele Alvarinho, esta segunda prova ficou prejudicada (estas comparações podem ser injustas porque estamos a falar de dois vinhos completamente diferentes). De cor citrina muito clara, mais seco que o anterior e aroma menos exuberante, mas com uma mistura muito interessante de Loureiro e Pedernã, com um final muito suave e elegante. Um vinho mais discreto, indicado para pratos mais delicados, que foi um pouco abafado pela gordura das sardinhas. Merece uma nova oportunidade com prato mais adequado.
Cada um com o seu estilo próprio, duas boas companhias para as tardes de Verão.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Portal do Fidalgo, Alvarinho 2005 (B)
Região: Vinhos Verdes (Monção)
Produtor: Provam - Produtores de Vinhos Alvarinho de Monção
Grau alcoólico: 13%
Castas: Alvarinho
Preço em feira de vinhos: 4,98 €
Nota (0 a 10): 8,5

Vinho: Quinta de Azevedo 2005 (B)
Região: Vinhos Verdes (Ponte de Lima)
Produtor: Sogrape
Grau alcoólico: 10,5%
Castas: Loureiro, Pedernã
Preço em feira de vinhos: 2,97 €
Nota (0 a 10): 7,5

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

No meu copo 135 - Fritz Haag, Riesling 2002; Caspari-Kappel Riesling 2002

Os brancos e rosés de férias (II)

Uma incursão estival levou as Krónikas Vinícolas ao Chafariz do Vinho para matar saudades. Acerca do espaço já dissertámos longamente, pelo que não vale a pena estarmos a repetir-nos. Como ali há sempre uns vinhos que não é fácil encontrar no mercado, principalmente brancos, voltámos a escolher um branco, neste caso um Fritz Haag proveniente da Alemanha e da casta Riesling, com a qual nos temos cruzado algumas vezes.
O serviço, como sempre, esteve irrepreensível, mas o vinho surpreendeu um pouco. Esquecemo-nos que o Riesling tem sempre aquele teor adocicado que neste caso não ficou muito bem com os petiscos escolhidos, além de que o rótulo tem indicações que não sabemos o que significam. Só depois, em casa, pude investigar o que significa a indicação “Spätlese” que se segue à casta: é um vinho de colheita tardia. Embora suave, leve e agradável, aconselhava-se mais como refresco de esplanada do que a acompanhar paio de porco preto, perdiz de escabeche ou rolo de massa fresca com requeijão.
Noutro contexto, outro Riesling alemão e também Spätlese, um Caspari-Kapell, foi provado precisamente à tarde na esplanada entre dois dedos de conversa. Nenhuma surpresa, o perfil é o mesmo: leve, fresco, adocicado, com boa acidez e pouco grau alcoólico. Mais adequado, porventura, para acompanhar umas sobremesas. Mas bebe-se bem em dias de calor.
Ambos pertencem à região do rio Mosela e dos seus afluentes Sarre e Ruwer, cuja desiganação engloba os três nomes: Mosel-Saar-Ruwer.
De realçar que estes vinhos apresentam uma designação de qualidade que está acima da média na Alemanha: Quälitatswein Mit Prädikat (QmP), que é normalmente atribuída a vinhos de menor produção e, principalmente, de uvas adequadamente maduras. Os vinhos QmP têm atributos especiais e não têm adição de açúcar. Distribuem-se por seis categorias, das quais a Spätlese é a segunda na escala de doçura, acima da Kabinett, dos vinhos mais leves e secos.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Fritz Haag 2002 - Spätlese (B)
Região: Mosel-Saar-Ruwer (Alemanha)
Produtor: Weingut Fritz Haag - Brauneberg
Grau alcoólico: 8%
Castas: Riesling
Nota (0 a 10): 7,5

Vinho: Caspari Kappel 2002 - Spätlese (B)
Região: Mosel-Saar-Ruwer (Alemanha)
Produtor: Caspari-Kappel
Grau alcoólico: 8%
Castas: Riesling
Nota (0 a 10): 7,5



PS: Pensando um pouco melhor, chegámos à conclusão que 6,5 não faz jus à qualidade do vinho, que embora não nos tenha encantado é bem melhor que isso. Por isso já rectificámos.

Brancos de Verão fora de tempo

Não sei se já disse, mas sou assinante da Revista de Vinhos há 4 anos, pelo que vou estando a par das notícias importantes, das novidades, dos painéis de prova, das visitas aos produtores, das sugestões de restaurantes, etc. Mas a revista de Agosto não chegou. Deveria estar na caixa do correio quando voltei de férias no final de Agosto, mas nada. Passaram duas semanas, e nada. Até que telefonei a saber o que se passava, e lá me enviaram (ou reenviaram) a revista. Mas isso são contratempos que às vezes acontecem.
O maior contratempo, contudo, é o painel de prova deste número. Brancos de Verão a menos de 4 €, tal como no número de Junho tinham feito um painel de verdes e em Julho um painel Alvarinhos e outro de tintos a menos de 4 €. Até aqui tudo bem, mas brancos no número de Agosto, que sai no final do mês? Não teria sido mais acertado fazer esta prova precisamente em Junho ou Julho, ou seja, ANTES dos consumidores beberem os vinhos no verão? De que serve fazer um painel de prova “para o Verão que vem aí” quando o Verão já se está a ir embora?
No meio de tudo, a grande surpresa é que no dito painel não figurem vinhos como o BSE ou os brancos de Bucelas, que os há bons a menos de 4 €. Seria esquecimento, não os encontraram a menos de 4 € ou acham que eles não merecem figurar no painel? Nós temos aqui preços desses vinhos a menos de 4 €, é só consultar as nossas escolhas.
Francamente...

Kroniketas, enófilo esclarecido

domingo, 16 de setembro de 2007

Vinhos sem data de colheita. E com prazo de validade?

Decorre no blog Vinho a copo uma interessante discussão por causa duma opinião ali expendida pelos seus autores acerca dos vinhos sem indicação da data de colheita. Deixem-me meter a colherada, mas prefiro fazê-lo aqui do que na caixa de comentários, pois há mais espaço para escrever... e para ler.

À partida não concordo muito com o princípio da data de validade pelas razões já amplamente expostas, pois vinhos como um Dado ou um Duas Quintas Celebração (só para falar de dois que estão agora no mercado) à partida dão-nos garantias de qualidade e de uma boa evolução em garrafa. Por quanto tempo, isso já é muito mais incerto, pois as surpresas tanto podem surgir pela positiva como pela negativa.

Mas quando se abre uma garrafa de vinho com 20 anos, este tanto pode estar feito vinagre como estar uma pomada fabulosa, coisa que só depois de abrir é que se sabe. E isso, meus amigos, não há data de validade que resolva. Além de que há quem goste de vinhos novos e de vinhos velhos. Ainda há uns meses bebi um Dão Meia Encosta de 73, no Curral dos Caprinos, que estava fantástico, mas só eu é que gostei dele. E se tivesse prazo de validade ultrapassado, será que alguém o ia beber?

O problema, quanto a mim, reside a montante, na ausência de data de colheita nos rótulos, por imposição legal. Se repararem no rótulo do Dado, é referido expressamente que a lei não permite, nos vinhos de mesa (i. e., sem denominação de origem) a menção às castas utilizadas nem ao ano de colheita, o que acho uma completa estupidez. Assim, toda a gente que acha que o Dado é um vinho excepcional não tem qualquer informação no rótulo sobre as suas características. Faria sentido ter prazo de validade? E o Duas Quintas Celebração, porque não seguiu lá as normas todas para ser DOC ou Regional, deveria ter prazo de validade? Quanto a mim, não. Então e o Mateus? Será que deveria, apenas porque é um vinho de grande consumo e custa 10 vezes menos que o outro? Não pode ser esse o critério. Quando muito, poderia fazer sentido nesses embalados em bag-in-box, ou em pacotes de cartão, ou em garrafão. Mas se todos tivessem uma data de colheita ou, em sua substituição, a data em que foi produzido ou engarrafado, as coisas tornavam-se bem mais simples. Assim como está, ninguém pode rejeitar um Mateus pela idade que tem, ao contrário dos datados. O busílis reside todo aqui.

Data de colheita, de produção ou de engarrafamento, sim. Prazo de validade, não, excepto, talvez, nos exemplos apontados acima.

Quanto ao facto de a Revista de Vinhos classificar ou não estes vinhos, lá está: não teríamos uma classificação do Dado nem do Mateus. Alguém ficaria a ganhar com isso?

Parece-me uma boa discussão para continuar no próximo encontro de Eno-blogs, não acham?

sábado, 15 de setembro de 2007

No meu copo 134 - Bucellas Caves Velhas 2005


Os brancos e rosés de férias

Nos brancos bebidos nas férias, outro destaque vai para o Bucellas Caves Velhas, outro dos meus preferidos. Aliás, já o disse aqui, os brancos de Bucelas são os meus preferidos do mercado nacional.

Com as características típicas dos brancos de Bucellas, acidez bem marcada pela predominância do Arinto, aroma frutado intenso com um ligeiro toque floral, num todo muito fresco e agradável. É outro que nunca engana, por um preço excelente.

E segundo a Revista de Vinhos, a colheita de 2006 é uma das melhores dos últimos 20 anos. Estou só à espera das feiras de vinhos para ir buscá-lo.

Kroniketas, enófilo esclarecido



Vinho: Bucellas Caves Velhas 2005 (B)
Região: Bucelas
Produtor: Caves Velhas
Grau alcoólico: 12%
Castas: Arinto (75%), Esgana Cão, Rabo de Ovelha
Preço em feira de vinhos: 3,25 €
Nota (0 a 10): 7,5

terça-feira, 11 de setembro de 2007

No meu copo, na minha mesa 133 - João Pires 2005; A Grelha (Armação de Pêra)

O jantar de férias da cambada



Uma rara coincidência de presenças no barlavento algarvio permitiu juntar à mesa uma delegação familiar do Grupo Gastrónomo-Etilista “Os Comensais Dionisíacos”, com a presença das respectivas (sim, porque tem de se deixá-las participar de vez em quando, para que elas percebam que quando dizemos que vamos jantar uns com os outros, vamos mesmo jantar uns com os outros...). De Alvor veio o Politikos, de Portimão o Kroniketas, da Senhora da Rocha o Mancha e de Armação de Pêra o Pirata e o Caçador. O bandalho do tuguinho, como não vai a lado nenhum, ficou algures entre a capital e a montanha.
Por questões de logística e transporte, o local escolhido foi Armação de Pêra e o restaurante A Grelha, numa rua perpendicular à que passa junto à praia, e onde já abanquei por mais de uma vez. Toda a gente foi para os pratos mais típicos, como o arroz de lingueirão, o bife de atum, cherne grelhado e, no meu caso, uma cataplana de amêijoas com carne de porco a meias com o Politikos. Por sinal estava óptima, em tomatada bem regada de molho apurado. O arroz de lingueirão não encantou, porque embora o arroz estivesse bom o dito lingueirão parecia borracha, enquanto o bife de atum apresentou algumas reservas acerca da genuinidade do animal.
Pelo meio ainda apareceram uns músicos a entreter o pessoal que no fim vieram com um chapéu pedir umas moedas, o que me deu vontade de lhes dizer que daria duas moedas se eles se calassem...
Excelente estava, como sempre, o João Pires de 2005, escolha unânime e que muito bem acompanhou a refeição. Entre todos, marcharam 4 garrafitas bem fresquinhas, mantidas à temperatura adequada dentro do inevitável frappé. Cada vez gosto mais deste vinho, que para mim é uma referência incontornável e está no topo das minhas preferências. Foi o branco de eleição nestas férias e é presença obrigatória nas nossas escolhas.
Ainda se comeram umas sobremesas que não tiveram relevância especial e quase passaram despercebidas no meio da conversa (sim, porque às vezes os sentidos estão mais virados para as pessoas que temos à mesa do que para o que está no prato ou no copo). No final, passeou-se longamente pela marginal e ainda se parou numa esplanada à beira-mar até quase às 2 da manhã. E assim se acabou uma agradável noite algarvia de Agosto...

Kroniketas, enófilo esclarecido

Restaurante: A Grelha
8365 Armação de Pêra
Telef: 282.312.245
Preço médio por refeição: 20 €
Nota (0 a 5): 3,5

Vinho: João Pires 2005 (B)
Região: Terras do Sado
Produtor: José Maria da Fonseca
Grau alcoólico: 11%
Castas: Moscatel
Preço em feira de vinhos: 4,89 €
Nota (0 a 10): 8